terça-feira, 26 de outubro de 2010

Mudança legal

Homem está acabando com a vida na Terra, diz ONU

O diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, afirmou que os seres humanos estão destruindo "as bases que sustentam a vida na Terra".

O alerta foi feito na abertura da 10ª edição da Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP-10), que começou nesta segunda-feira (18) em Nagoya, no Japão, e termina no dia 29 de outubro.

Achim afirmou ainda que lideranças políticas ao redor do mundo parecem não compreender a importância de lidar com questões relacionadas à biodiversidade do planeta.

"Este é o único planeta no universo em que se sabe que existe este tipo de vida", afirmou ele.

"Apenas isso nos daria o que pensar. Mas além disso, estamos destruindo as fundações que sustentam a vida neste planeta. E ainda assim, quando nos encontramos nestes fóruns intergovernamentais, a sociedade tem dificuldades de entender o que estamos fazendo aqui, e por que isso importa".

Durante as próximas duas semanas, representantes de 193 países vão avaliar as metas de preservação ambiental assumidas para este ano e definir quais serão os próximos objetivos até 2020.

A ONU estima que a perda da biodiversidade custe ao mundo entre US$ 2 trilhões (R$ 3,2 trilhões) e US$ 5 trilhões (R$ 8 trilhões) por ano, principalmente nas partes mais pobres.

"(O monge budista) Teitaro Suzuki disse que ‘o problema da natureza é um problema da vida humana’. Hoje, infelizmente, a vida humana é um problema para a natureza", disse o ministro do Meio Ambiente do Japão, Ryo Matsumoto.

"Temos de ter coragem de olhar nos olhos das nossas crianças e admitir que nós falhamos, individualmente e coletivamente, no cumprimento das metas prometidas no encontro de Johanesburgo (em 2002)", completou o ministro.

Matsumoto lembrou ainda que a perda da biodiversidade pode chegar a um ponto irreversível se não for freada a tempo.

"Toda a vida na Terra existe graças aos benefícios da biodiversidade, na forma de terra fértil e água e ar limpos. Mas estamos agora próximos de perder o controle se não fizemos grandes esforços para conservar a biodiversidade", disse.

Sinais de esperança

Jane Smart, chefe do programa de espécies da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), disse que, apesar do problema ser grande e complexo, existem alguns sinais de esperança.

"A boa notícia é que quando nós promovemos a conservação, ela realmente funciona; gradativamente estamos descobrindo o que fazer, e quando nós fazemos, as coisas dão muito certo", disse a pesquisadora à BBC News.

"Precisamos fazer muito mais para conservar, como proteger áreas, particularmente o mar. Temos de salvar vastas áreas do oceano e cardumes de peixes. Isso não significa que devemos parar de comer peixes, mas comer de uma forma sustentável", afirmou Jane.

O Brasil também participa do encontro e vai pressionar países ricos para obter recursos em torno de US$ 1 bilhão (R$ 1,6 bilhão) por ano para preservação ambiental, além de exigir metas globais mais específicas contra a perda da biodiversidade.

Outro ponto defendido pela comissão brasileira é a cobrança de royalties pelo uso de recursos vegetais e animais. A ideia é que empresas que utilizam matérias-primas provenientes de nações em desenvolvimento repassem uma parte do dinheiro às comunidades locais.

(Fonte:BBC Brasil)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Proteger ecossistemas é mais barato do que destrui-los, diz estudo

A destruição de ativos da natureza, como florestas e pântanos, causa perdas anuais de ao menos US$ 2,5 trilhões no mundo.
 
A cifra, que supera em quase US$ 1 trilhão o PIB do Brasil, foi citada em um projeto financiado pela Comissão Europeia e apresentado nesta quarta-feira em Nagoya, Japão, durante conferência da Unep, a agência de meio ambiente da ONU.

“The Economics of Ecosystems and Biodiversity” (Teeb) é um estudo de dois anos cujo objetivo é mostrar o valor econômico de florestas, água, solo e corais, bem como os custos ocasionados pela perda desses recursos.

O líder do projeto, Pavan Sukhdev, pediu que “o valor dos serviços da natureza se torne visível” e influencie negócios e decisões adotados pelos países.

Seu relatório afirma que os custos de proteger a biodiversidade e os ecossistemas é mais baixo do que o custo “de permitir que eles mingúem”, e artigo no site do projeto diz que “estamos vivendo do capital da Terra; precisamos aprender a viver dos juros”.

Brasil e Índia
Outra conclusão é a de que a conservação tem papel importante na redução da pobreza, pois "florestas e outros ecossistemas contribuem para a sobrevivência de lares rurais empobrecidos".
 
Os líderes do projeto disseram que alguns países estão dando os primeiros passos para levar o valor da natureza em consideração ao adotar políticas públicas, e citam Brasil e Índia como exemplos.

“A abordagem do Teeb é útil para fazer com que (diferentes setores da sociedade) entendam as implicações da perda da biodiversidade e do retorno de investimentos (por conta da) conservação dessa biodiversidade”, disse à BBC News Bráulio Dias, secretário de biodiversidade e florestas do Ministério do Meio Ambiente brasileiro, presente no evento em Nagoya.

Sukhdev disse que 27 países da América Latina e da África pediram à agência ambiental da ONU ajuda para tornar suas economias mais “verdes”.

Cidades

O cálculo do valor de ecossistemas específicos foi aplicado pelo Teeb em cidades como Campala e Nova York.

Em Campala, capital de Uganda, estimativa de 1999 dava conta que o pântano Nakivubo valia entre US$ 1 milhão e US$ 1,75 milhão ao ano, por sua habilidade em purificar o esgoto da cidade.

Segundo o relatório, o cálculo fez com que fossem abandonados planos de drenar o pântano. No entanto, ao longo do tempo o Nakivubo perdeu suas capacidades, e em 2008 foi necessário um projeto para restaurar o local.

“O caso de Uganda mostra que, enquanto a valoração de serviços do ecossistema em geral fortalece argumentos para proteger o capital natural, por si só ela não previne que sejam tomadas decisões que degradem esses serviços”, diz o estudo do Teeb.

Mas essa valoração “estimulou a implementação de normas que premiam os responsáveis por proteger” o ecossistema.

Um caso citado ocorreu em Nova York, onde autoridades pagam donos de terras em uma área montanhosa perto da cidade para que estes adotem técnicas agrícolas mais avançadas.

O objetivo é impedir que nutrientes da terra sejam escoados para rios locais, o que demandaria a construção de custosas estações de tratamento de água.

O incentivo aos agricultores custa entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão, enquanto o valor estimado de uma nova estação de tratamento de água é de US$ 6 bilhões a US$ 8 bilhões.

E Curitiba é citada no relatório como “exemplo” positivo de cidade que expandiu seus parques urbanos com o objetivo de prevenir inundações e oferecer espaço recreativo aos seus cidadãos. Estes contam com, “em média, 50 m² de espaço verde cada um, um dos maiores índices da América Latina”.

Água para 123 milhões de brasileiros depende da Mata Atlântica

A Mata Atlântica apresenta hoje a área de vegetação nativa brasileira mais devastada do País. Reduzida a apenas 27% de sua cobertura original, ainda é uma das regiões do mundo mais ricas em diversidade biológica, embora dados apresentados pela SOS Mata Atlântica assegurem que apenas 7,26% de seus remanescentes permanecem bem conservados.

Sua manutenção e preservação deixou de ser uma prioridade restrita aos ambientalistas. Agora, depende do envolvimento de todos os setores produtivos, econômicos e sociais do Brasil, uma vez que em seus limites vivem 123 milhões de pessoas – 67% de toda a população brasileira.

Esse número expressivo de habitantes necessita da preservação dos remanescentes de vegetação nativa, dos quais depende o fluxo de mananciais de águas que abastecem pequenas e grandes cidades.

As áreas de cobertura vegetal nativa que ainda restam prestam serviços ambientais importantes, como a proteção de mananciais hídricos, a contenção de encostas, a temperatura do solo e a regulação do clima, que regiões arborizadas podem reduzir a temperatura em até 2º C.

Segundo um estudo da entidade WWF, mais de 30% das 105 maiores cidades do mundo dependem de unidades de conservação para garantir seu abastecimento de água. As matas ciliares, nome dado ao conjunto de vegetação localizada às margens dos cursos de água, foram avaliadas como comprometidas na Mata Atlântica. São fundamentais para a proteção e preservação da diversidade da flora e fauna, pois além de evitar o agravamento de secas e o aumento das enchentes, também funcionam como corredores para que animais e sementes possam transitar entre as áreas protegidas e garantir a alimentação e variabilidade genética das mais diferentes espécies.

As áreas bem conservadas e grandes o suficiente para garantir a biodiversidade e manutenção da Mata Atlântica a longo prazo não chegam a 8% de sua cobertura vegetal original. A região continua a sofrer sérias ameaças, que podem se agravar caso o Código Florestal brasileiro sofra alterações que não garantam a utilização responsável e sustentável de seus recursos naturais.

Além de reduzidos, os remanescentes estão fragmentados e se distribuem de maneira não uniforme ao longo do território, fator que compromete a perpetuidade de espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção.

Hotspot - Especialistas estimam que a Mata Atlântica, considerada um hotspot (área prioritária para conservação, com alta biodiversidade e endemismo e ameaçada no mais alto grau) possua mais de 20.000 espécies de plantas, aproximadamente 35% de toda a flora existente no País.

Segundo dados da Conservação Internacional (CI), trata-se do hotspot número 1 entre as regiões monitoradas em todo o mundo. Levantamentos indicam que sua área abriga 849 espécies de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis , 270 espécies de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes. Outro dado alarmante: das 472 espécies ameaçadas de extinção em todo o território nacional, 276 (mais de 50%) estão na região.

“As ações de proteção do MMA direcionadas à Mata Atlântica incluem o aperfeiçoamento da legislação, com a aprovação da Lei da Mata Atlântica e a instituição de projetos e programas de conservação e recuperação de mata nativa”, afirma o coordenador do núcleo Mata Atlântica do MMA, Wigold Schaffer. “Também envolvem o monitoramento e fiscalização dos desmatamentos e queimadas, a criação e implementação de unidades de conservação e a ampliação de parcerias com instituições públicas e privadas da sociedade civil.”

Considerada por especialistas como um avanço na legislação ambiental brasileira, a Lei da Mata Atlântica (nº 11.428/2006) e sua regulamentação possuem regras claras e incentivos para que a conservação, proteção, regeneração e utilização sustentável de seus componentes sejam implementadas.

Schaffer explica que uma das principais metas do Governo Federal é transformar pelo menos 10% da área total da região em unidades de conservação (UCs) de proteção integral e uso sustentável. Atualmente, existem 123 UCs federais e 225 estaduais na Mata Atlântica, o que resulta em quase 1,7 milhão de hectares transformados em áreas de proteção integral (3%) e pouco mais de 2 milhões de hectares de áreas de uso sustentável.

Ameaça - Dentre as espécies de flora ameaçadas em seus limites, destacam-se o pau-brasil, araucária, palmito-juçara, jequitibá, jaborandi, jacarandá e imbuia, além de orquídeas e bromélias.

Com relação à fauna, das 202 espécies de animais consideradas oficialmente ameaçadas de extinção no País, 171 eram da Mata Atlântica. Das 20 espécies de répteis ameaçadas no Brasil, 13 ocorrem neste bioma. Entre os animais terrestres que ocorrem na região sob alto risco de extinção, 185 são vertebrados (quase 70% do total ameaçado no Brasil), entre eles 118 aves, 16 anfíbios, 38 mamíferos e 13 répteis.

Alguns deles ficaram bastante conhecidos após campanhas de preservação, como o mico-leão-de-cara-dourada, mico-leão-da-cara-preta, a saíra-sete-cores, papagaio-da-cara-roxa e o tatu-bola.

Além da perda de hábitat, as espécies da Mata Atlântica são vítimas do tráfico de animais, comércio ilegal que movimenta no mundo US$ 10 bilhões por ano.

Fatores de perdaEntre os fatores de destruição da vegetação nativa da Mata Atlântica constam a expansão da pecuária bovina, a implantação de monoculturas agrícolas, o reflorestamento com espécies exóticas, a abertura de novas fronteiras de agricultura e de ferrovias e rodovias sem estratégias sustentáveis.

O avanço desordenado das cidades, empreendimentos e grandes obras de infraestrutura, bem como a mineração e a exploração madeireira também contribuíram para a degradação da cobertura vegetal original.

De 2005 a 2008, os estados que mais desmataram foram Minas Gerais, Santa Catarina e Bahia, responsáveis por mais de 80% do total de desmatamento ocorrido no período.
Em 2006, o MMA indicou 880 áreas prioritárias para conservação distribuídas em 429 mil km2 de Mata Atlântica. Desse total, 522 são áreas novas e 358 possuem algum tipo de proteção.

Corredor Ecológico - O conceito de corredor ecológico ou corredor de biodiversidade se refere a extensões significativas de ecossistemas nos quais ocorre o fluxo de indivíduos e genes entre áreas remanescentes de ecossistemas, unidades de conservação e áreas protegidas. Aumentam, assim, a probabilidade de sobrevivência das diferentes espécies que neles habita, e asseguram a manutenção de processos evolutivos em larga escala.

O Corredor Central da Mata Atlântica, localizado nos estados da Bahia e Espírito Santo ao longo da costa atlântica, estende-se por mais de 1.200 km no sentido norte-sul, e foi implementado desde março de 2002. O corredor agrega ecossistemas aquáticos de água doce e marinhos (dentro da plataforma continental).

O projeto conta com a assistência técnica da Cooperação Brasil-Alemanha (GTZ) e com investimentos do banco alemão KFW e da União Europeia. Também atuam em projetos de conservação da região a Fundação SOS Mata Atlântica, Conservação Internacional, WWF, Mater Natura e outras entidades não-governamentais.

Outra grande área de preservação dentro dos limites da Mata Atlântica é o Corredor da Serra do Mar, que cobre cerca de 12,6 milhões de hectares, do Paraná ao Rio de Janeiro, englobando as serras do Mar e da Mantiqueira.

Bom exemplo - Quando adquiriu a Fazenda Bulcão, em Aimorés (MG), o fotógrafo Sebastião Salgado encontrou uma propriedade quase totalmente formada por pasto degradado. Com o processo de recuperação da área, realizado pelo Instituto Terra, o local foi transformado em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), e a fazenda foi tornou-se a primeira RPPN recuperada de área degradada na Mata Atlântica.

Nela foram plantadas mais de 1 milhão de mudas nativas desde 1999. Como resultado, o fluxo de água da região ficou mais homogêneo ao longo do ano, e foram cadastradas sete nascentes que ainda não haviam sido identificadas no Córrego do Bulcão, que passa dentro da propriedade. O local funciona também como corredor ecológico e referência de envolvimento social na preservação da Mata Atlântica.

Definição e abrangência - A Mata Atlântica é composta por um conjunto de formações florestais, campos naturais, restingas, manguezais e outros tipos de vegetação que são considerados ecossistemas associados e compõem diferentes paisagens. Essas formações cobriam originalmente total ou parcialmente 17 estados brasileiros e abrangiam uma área de aproximadamente 1,3 milhão de quilômetros quadrados.

Ilhas oceânicas também se agregam aos seus domínios, além dos encraves de Mata Atlânticacomo formações florestais e brejos interioranos – existentes em meio a outros biomas. As limitações da região estão estabelecidas no Mapa da Área de Aplicação da Lei nº11.428/2006, do IBGE, que pode ser encontrado nos sites http://www.ibge.gov.br/ ou www.mma.gov.br.
(Fonte: MMA)

Mudança climático ameaça a maior parte do planeta com graves secas

Os Estados Unidos e vários países de grande população enfrentam uma ameaça crescente de grave e prolongada seca nas próximos décadas, segundo um estudo do Centro Nacional Pesquisa Atmosférica (NCAR) americano.

O aumento das temperaturas, combinado com a mudança climática, provavelmente criará um ambiente mais seco em todo o planeta nos próximos 30 anos, afirma o cientista Aiguo Dai, coordenador do estudo e das projeções.

De acordo com Dai, existe a possibilidade que em certas regiões a seca alcance proporções incomuns e até mesmo nunca vistas na era moderna.

O estudo tem como base 22 modelos climáticos virtuais, um amplo índice de medidas de condições da seca e uma análise de estudos já publicados.

O trabalho conclui que a maior parte da América, Europa, Ásia, África e Austrália podem ser ameaçadas por secas extremas durante o século.

Já as regiões situadas em latitudes elevadas, do Alasca a Escandinávia, se transformarão provavelmente em zonas mais úmidas, segundo as projeções.

“Enfrentamos a possibilidade de seca extensa nas próximas décadas, mas isto ainda não é plenamente reconhecido pela população e pela comunidade que investiga as mudanças climáticas”, advertiu Aiguo Dai.

“Se as projeções deste estudo estiverem perto de concretizar-se, as consequências para as sociedades no mundo seriam gigantescas”, destaca o cientista.

Dai alertou que as conclusões do estudo são baseadas nas melhores projeções atuais das emissões de gases que provocam o efeito estufa sobre a Terra.

O que realmente acontecerá nas próximas décadas dependerá de muitos fatores, incluindo as futuras emissões de gás carbônico, assim como os ciclos climáticos naturais, como a corrente marinha do fenômeno El Niño.
(Fonte: G1)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Londrinense lança livro com prefácio de Marina Silva

O livro de crônicas ambientais do deputado estadual Luiz Eduardo Cheida,'Bichos, Plantas e Seus Parentes' será lançado no próximo dia 26 deste mês (terça-feira), no Shopping Catuaí na loja das Livrarias Curitiba, a partir das 19h30.

Em Curitiba, o lançamento será neste dia 18 (segunda-feira), nas Livrarias Curitiba, no Shopping Estação, também a partir das 19h30.

Segundo a editora, "a obra é leitura obrigatória para os que se preocupam com o futuro do Planeta. Traz, ainda, vivências de muitos lugares e olhares sensíveis sobre a diversidade de tipos humanos".
(Fonte: Bonde)

Novo mestrado da UEL foca sustentabilidade

São 13 vagas abertas para o mestrado em Engenharia de Edificações e Saneamento. Curso é gratuito
Sustentabilidade ambiental é o tema do novo mestrado em Engenharia de Edificações e Saneamento oferecido pela UEL. Direcionado a engenheiros, arquitetos, biólogos, químicos e áreas afins, o curso aborda a sustentabilidade tanto em relação à infraestrutura urbana (resíduos sólidos, água, esgoto) quando em relação às edificações (gestão, redução de perdas, eficiência térmica), são oferecidas 13 vagas.

O tempo de duração é de 24 meses e o curso é gratuito. As inscrições vão até o dia 11 de novembro. Mais informações pelo site da UEL ou pelo número (43) 3371.4727.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Impactos irreversíveis - parte 2

Impactos irreversíveis - parte 1

Os vídeos mostram de modo realista os impactos previstos da hidrelétrica de Belo Monte, como o alagamento de parte de Altamira e a seca de um trecho de cerca de 100 km de rio, afetando populações indígenas, ribeirinhos e agricultores familiares. Também apresentam os impactos de Belo Monte sobre a rica biodiversidade de animais e peixes da região, e como os reservatórios do projeto poderiam se tornar um grande criadouro de mosquitos transmissores da malária. Além disso, demonstram que os reservatórios produziriam uma grande quantidade de metano, um dos mais potentes gases de efeito estufa que contribuem para as mudanças climáticas.

sábado, 9 de outubro de 2010

WWF-Brasil lança o movimento "Cuidar da natureza é cuidar da vida"

Depois de um mês colhendo contribuições da população, organização inicia movimento com o objetivo de chamar atenção para a relação entre conservação da natureza e qualidade de vida da população.
O WWF-Brasil lança hoje o movimento “Cuidar da natureza é cuidar da vida”, sobre a importância da conservação da biodiversidade, como um alerta às consequências que o descuido com a natureza pode provocar. Associada à meta do WWF-Brasil de contribuir para que a sociedade brasileira alcance o desmatamento zero até 2015, a iniciativa teve uma primeira etapa que, durante o mês de setembro, instigou a população a responder à pergunta “O que você precisa pra viver?”. Sem saber que o WWF-Brasil era o autor da campanha, foram enviadas respostas variadas. Hoje, ao lançar o movimento, a organização responde que “Para viver você precisa que a natureza também viva” e apresenta uma lista com 10 áreas prioritárias para a criação de novas unidades de conservação na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal.
 
Amor, amigos, sol, saúde e família foram as principais respostas da primeira etapa coletadas nas ruas, no Twitter, no Facebook e no Youtube. “A ausência da natureza nesse tipo de preocupação mostra a necessidade de valorização desse tema na opinião pública nacional”, afirma Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil. “Esse processo de conscientização sobre o papel que a biodiversidade tem na vida de todos nós é mais urgente do que nunca, pois não é exagero dizer que, vivemos uma crise de biodiversidade, que coloca em risco a nossa saúde e meios de subsistência. Podemos reverter essa situação, por isso a campanha pretende indicar soluções para a sociedade brasileira.”
 
A resposta “Para viver você precisa que a natureza também viva” sustenta sua argumentação na manutenção dos serviços ecológicos, como o equilíbrio climático e a prevenção e recuperação de desastres ambientais; no uso direto da biodiversidade, como os recursos naturais que fornecem remédios, fibras e combustíveis para a garantia do nosso bem-estar; na segurança de estoques de alimentos naturais como peixes, frutas e verduras; e no uso público, pois as áreas protegidas também podem ser fonte de lazer e aprendizado. Sem esquecer os benefícios econômicos, pois a biodiversidade é um recurso do qual dependem famílias, comunidades e gerações futuras.
 
A campanha de comunicação integrada foi criada pela agência Repense, e incluí ações on-line, com foco nas mídias sociais, propaganda e ações de mobilização urbana que serão implementadas nos próximos meses. Grandes empresas também aderiram à primeira etapa do movimento, apoiando a disseminação da mensagem. O Walmart Brasil veiculou a vinheta “O que você precisa para viver?” em quatro mil televisores em suas lojas por meio de seu canal TV Walmart; o Yazigi divulga em sua rede que conta com 420 escolas; a Seguros Unimed espalhou peças da campanha por sua comunicação interna; e os hotéis da rede Sol Meliá em Brasília prepararam uma comunicação especial para engajar os hóspedes no movimento, com cartazes nos elevadores e cartões-postais na recepção. A indústria farmacêutica Boehringer Ingelheim programou a distribuição de cartões postais da campanha e sementes para o público do Edifício Rochaverá, o primeiro empreendimento greenbuilding de São Paulo.

WWF-Brasil propõe a criação de unidades de conservação em 10 áreas prioritárias
Em tempos relativamente recentes, o mundo começou a perder espécies e habitats a uma velocidade alarmante. Na área de farmacologia, a estimativa é que entre 50 mil e 70 mil espécies vegetais sejam fontes de ativos para uso na medicina tradicional e moderna em todo o mundo. A poluição, o uso excessivo dos recursos naturais e a expansão urbana e industrial levam muitas espécies à extinção. A cada ano, aproximadamente 17 milhões de hectares de floresta tropical são desmatados. Avaliações sugerem que, se esse ritmo se mantiver, entre 5% e 10% das espécies que habitam as florestas tropicais poderão estar extintas dentro dos próximos 30 anos.
Por isso, uma ação diretamente ligada ao movimento é a proposta de criação de unidades de conservação em dez áreas prioritárias. Estes espaços instituídos pelo poder público terão a finalidade de conservar as características naturais relevantes em cada área. A lista criada pelo WWF-Brasil é uma sugestão para o governo brasileiro alcançar, ainda em 2010, as metas de cobertura natural protegida por unidades de conservação estabelecidas pela Convenção sobre Diversidade Biológica da Organização das Nações Unidas (CDB).
 
Os focos são a Reserva Extrativista Baixo Rio Branco – Jauaperi (Amazonas), o Parque Nacional dos Lavrados (Roraima), o Parque Nacional Chapada dos Veadeiros (Goiás), o Parque Nacional Boqueirão da Onça (Bahia) e outras unidades no Cerrado do Amapá, no Tabuleiro do Embaubal (Pará), no Croa (Acre), no extremo Sudoeste do Pantanal e em Bertioga, São Paulo. No âmbito da CDB, o governo brasileiro se comprometeu a garantir a cobertura, por unidades de conservação, de 10% em cada bioma (conforme a área original) e de 30% na Amazônia. Hoje, somando todas as unidades existentes no País, ainda resta proteger aproximadamente 2,5% do território nacional em área terrestre e 8,5% em área marinha.
 
Saiba mais: www.wwf.org.br/cuidardanatureza

Água doce é ameaçada

Uma análise em escala global, que poderá auxiliar a identificar as áreas em que a disponibilidade de água para consumo estão mais ameaçadas no mundo, é o destaque na edição desta quinta-feira (30/9) da revista Nature.


A pesquisa, feita por cientistas da Austrália, Estados Unidos, Alemanha e China, destaca as maiores ameaças tanto à segurança da água como à biodiversidade nos rios do planeta. Apesar de a água ser o mais essencial dos recursos naturais, os sistemas de água doce que podem ser usados para consumo humano estão fortemente ameaçados justamente pelo homem, principalmente pela poluição e também como resultado de processos como a urbanização, industrialização, irrigação e a construção de reservatórios. Soma-se a isso o aquecimento global e o resultado está longe de ser animador. Segundo os autores do estudo, desenvolver alternativas que possam reverter essa tendência exige primeiramente que se tenha um diagnóstico das ameaças à segurança da água tanto no nível local como no global.


Charles Vorosmarty, da Universidade da Cidade de Nova York, e colegas descrevem no artigo um modelo espacial que fornece uma análise global das ameaças à água doce. É o primeiro modelo a considerar a segurança da água usada para consumo humano em conjunto com a biodiversidade aquática. Além de listar quais são as principais ameaças, o estudo identifica as áreas de maior risco. Segundo o trabalho, grandes investimentos no uso e no tratamento de água nos países mais ricos têm beneficiado seus habitantes, diminuindo em até 95% a ameaça à segurança da água nesses locais.


Em compensação, nos países mais pobres os investimentos reduzidos no setor implicam que a vulnerabilidade ao problema nessas áreas é muito elevada. Mas, mesmo nas nações mais ricas, de acordo com a pesquisa, os investimentos em massa em tecnologia de uso da água têm permitidoofuscar os níveis de estresse”, mas sem remediar as causas por trás do problema.


O estudo concluiu que 80% da população mundial está exposta a níveis elevados de ameaças à segurança da água. A falta de investimento no cuidado dos rios e corpos de água doce também coloca em risco a biodiversidade, indicam os autores. “A proliferação de áreas densamente povoadas em zonas costeiras, incluindo megacidades, implica que seus rios apresentem alto nível de ameaças à segurança da água por virtualmente toda a sua extensão, como, por exemplo, o Paraíba do Sul, no Estado de São Paulo, o Pasig, em Manila, nas Filipinas, e o Ogun, em Lagos, na Nigéria”, disseram. Segundo eles, é urgente a necessidade de mobilizar recursos para apoiar abordagens que possam enfrentar o problema. “Sem grandes compromissos políticos e financeiros, contrastes marcantes na segurança da água usada por humanos continuarão a separar os ricos dos pobres”, afirmam.


O artigo Global threats to human water security and river biodiversity (doi:10.1038/nature09440), de Charles Vorosmarty e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com - (Fonte: Agência: FAPESP).

Respire - Tradução abaixo


Criança, chegue mais perto e me ouça
Eu vou lhe contar a história da humanidade

No começo não havia nada e tudo era bom
A Natureza cresceu e se espalhousem precisar de um caminho
Então o homem chegou com suas botas grandes
Dando chutes na cara da Natureza, forçando respeito
Traçando estradas de mão-únicas
Multiplicando sinalizações pelas planícies
Dominando todas as forças da natureza
Num piscar de olhos, a história mudou

E nós não estamos nem pertode reverter esta tendência
Nem começamos ainda a poluir o deserto

Você precisa respirar bem fundo, to falando sério
Você não vai morrer de rir, isso será bem triste

Em poucos anos, teremos cortado todas as árvores
E seus netos terão apenas 1 olho no meio da testa
E eles perguntarão "Porque você tem 2 olhos?"
E você vai ficar com cara de bobo
Eles perguntarão "Como você pôde ficar sentado?
Deixando isso acontecer?"
Você tentará se defender, explicando em voz baixa
"Não foi minha culpa, foi culpa dos meus ancestrais"

Mas ninguém poderá aliviar a sua culpa
Você vai contar a eles sobre os dias
em que comia frutas, nos campos verdes
Existiam animais por toda a floresta
Quando a primavera começou, todas as aves voltaram
 Você precisa respirar bem fundo, to falando sério
Você não vai morrer de rir pelo jeito, amanhã tudo ficará pior

A pior parte da história é que somos todos escravos
Um pouco assassinos, e aqui estamos, incapazes
De olhar as árvores sem sentir culpa
Como alguém sem calças, 100% miseráveis

Então é isso criança, esta é a história da humanidade.
Não é muito bonita, e eu não sei como termina,
Nós não nascemos numa horta de repolhos,
Mas num buraco, com alguém sempre enchendo de estrume".

Ficar a favor do crime ambiental, definitivamente, não compensa.

Eleição mostra que deputados identificados com o desmatamento perderam votos. É sinal de que o eleitor quer ver o meio ambiente debatido no segundo turno.

Tom Jobim já dizia que o Brasil não é para principiantes. Enquanto os analistas se dedicam a explicar o resultado e a especular sobre o rumo que Marina Silva irá tomar diante da disputa entre Serra e Dilma no segundo turno, o Greenpeace acredita que é mais do que hora da questão ambiental – justamente a que catapultou a senadora no cenário político brasileiro – encontrar seu lugar entre os temas prioritários da agenda nacional, acabando com a síndrome de que político que fala em meio ambiente perde votos. Marina teve 20 milhões de votos.

 
Dilma e Serra não podem mais fugir do tema. Para além do que fazer em saúde, educação, segurança e emprego, que são alvo das promessas dos candidatos, o Greenpeace defende que há assuntos dentro da pauta ambiental que precisam ser priorizados no plano de governo de um futuro presidente da República.

O primeiro deles é a compatibilização entre a expansão da agricultura e a garantia da preservação das nossas florestas. Num país com mais de uma centena de milhões de hectares abandonados e outros tantos desmatados, dizer que é preciso desmatar mais para continuar plantando é repetir o velho mantra de que a destruição da natureza é o passaporte para o desenvolvimento.

Assim, a tentativa de acabar com o Código Florestal no Congresso Nacional, que conta com o apoio de setores dos mais diferentes partidos, incluindo o PT e o PSDB, é o primeiro tema que exige da sociedade uma atenção imediata. Qualquer dos dois candidatos que não deixar clara a importância do código para a proteção de nossas florestas vai se comprometer não com o futuro, mas com um Brasil atrasado.

Outro assunto fundamental é o que fazer para que o Brasil assegure o crescimento da sua economia sem sujar a nossa matriz de geração elétrica, baseada principalmente em fontes limpas e renováveis. Não bastasse o fato de estarmos aumentando a geração de energia a partir de fontes sujas, embarcamos na aventura do pré-sal sem medir os impactos ambientais e econômicos dessa opção.

Ela vai dobrar as nossas emissões dos gases de efeito estufa e certamente atrasará o esforço que o país precisa fazer para não perder a corrida tecnológica pela busca do combustível limpo e renovável que vai fazer o mundo se mover no século 21.

O candidato presidencial que decidir ignorar as questões ambientais daqui para a frente corre sério risco de entrar em choque com o eleitor. Se algum deles duvidar disso, basta estudar o que aconteceu na eleição para Câmara dos Deputados. Em todo o país, deputados identificados com a causa ruralista e que combateram o Código Florestal nos últimos meses, defendendo a anistia para desmatadores, viram emagrecer seu cabedal eleitoral ou simplesmente não foram eleitos, caso de Valdir Colatto (PMDB-SC).

Aldo Rebelo (PCdoB-SP), líder da ofensiva contra o Código Florestal, angariou o dobro de fundos mas perdeu 47 mil votos em relação a eleição de 2006. Abelardo Lupion (PMDB-PR), outro ruralista empedernido, foi eleito.

Mas não por seus próprios méritos. Teve que se valer da força eleitoral de sua legenda. Com os deputados identificados com a defesa de nossas florestas aconteceu exatamente o contrário. Rebeca Garcia (PP-AM) teve 64 mil votos a mais do que na eleição passada. Ivan Valente (PSOL-SP), de 83 mil votos em 2006, saltou para 189 mil em 2010. O eleitor deu um recado.

Ficar a favor do crime ambiental, definitivamente, não compensa.
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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Brasil é um dos países com maior diversidade de aves do mundo

Comemora-se hoje, 5 de outubro, o dia da Ave,  que tem como objetivo educar para a preservação.

Sabiá
Em 2002, o então presidente Fernando Henrique Cardoso, instituiu por meio de decreto, as comemorações do Dia da Ave. A data, 5 de outubro, deve ter cunho educativo, e o Sabiá passou a ser considerado a Ave Nacional do Brasil.

Ararajuba
De acordo com o analista ambiental do CEMAVE (Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres), unidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Elivan Arantes de Souza, esta escolha foi controversa. A comunidade ornitológica defendia que a Ararajuba deveria ser o símbolo das aves brasileiras por ser uma espécie rara, ameaçada, possuir as cores da bandeira brasileira (verde e amarelo) e pertencer à família das Araras e Papagaios, aves que, segundo Souza, representam bem o país. Entretanto, o professor Johan Dalgas Frish, pioneiro na gravação do canto de aves da América do Sul, que editou um total de 18 discos de canto das aves, conseguiu emplacar o Sabiá como ave símbolo do Brasil.
Existem cerca de 10.000 espécies de aves no mundo. A América do Sul detém maior diversidade, 2.700 espécies e 300 migrantes. O Brasil é o terceiro no ranking da diversidade, ficando atrás da Colômbia e do Peru e abrigando aproximadamente 1.800 espécies, sendo 143 migratórias.


O controle biológico de pragas, ciclagem de matéria orgânica, polinização de flores e disseminação das sementes são algumas das ações que tornam as aves essenciais para o equilíbrio do ecossistema.


Ararinha-Azul (extinta)

Entretanto, muitas espécies estão ameaçadas. Elivan Souza destaca a perda de habitat, a caça e o tráfico como as principais ameaças às aves brasileiras, aponta ainda que o desmatamento e a construção de grandes obras em ambientes frágeis acabam reduzindo  as áreas de alimentação e reprodução dos animais, além de expô-las aos predadores. Espécies como a Ararinha-azul ( extinta na natureza) e o Curió são vítimas da caça e do tráfico, conforme o analista ambiental. O IBAMA, em parceria com a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, executa ações que visam coibir o tráfico, como a criação da Polícia Militar Ambiental em todos os estados brasileiros e o controle de unidades de conservação, que além de patrimônio do Brasil, são áreas selvagens guardiãs de espécies ameaçadas e visadas pelo tráfico. “Posso citar como exemplo a estruturação da Estação Ecológica do Raso da Catarina (BA), que juntamente com outras medidas, contribuiu para a diminuição sensível do trafico de Arara Azul de Leari”, finaliza Elivan Arantes de Souza.


(Fonte:Agrolink)

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