É cada vez mais comum os consumidores ouvirem de um técnico que vale mais a pena trocar um computador quebrado, por exemplo, por um aparelho novo. Isso ocorre por conta da alta na taxa cobrada pelo conserto de eletrônicos, afinal, dependendo da peça a ser trocada, o custo pode ficar próximo, igual ou até superior ao de um equipamento novo.
De acordo com levantamento feito pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e divulgado no dia 11 de maio, o preço de serviços livres – que inclui a manutenção de eletros – subiu 7,41% nos últimos doze meses, ao passo que o valor pago por produtos novos e a inflação geral ficaram abaixo desse índice, com 5,24% e 6,39%, respectivamente.
“O consumidor vê a possibilidade de comprar um aparelho mais moderno, com mais funções do que o anterior e muitas vezes com tecnologia de consumo eficiente de energia, o que é ótimo”, explica o diretor-presidente do Instituto Akatu, Helio Mattar, porém por outro lado os equipamentos tendem a durar bem menos, afinal, “estamos na era do descartável”, ressalta.
Descarte deve ser a última opção
E importante que o consumidor esgote todas as possibilidades de reaproveitar o equipamento, inclusive considerando a questão financeira. Ao concluir que não vale mais a pena o conserto, o passo seguinte é jogá-los fora de maneira consciente.
Como usam muito plástico e metal, o descarte incorreto deles é prejudicial ao meio ambiente, já que esses itens demoram centenas de anos para se decompor.
Além disso, muitos deles têm metais pesados na sua composição. Ao serem jogados de qualquer jeito nos lixões, contaminam o solo e as águas.
Logística reversa
Segundo determinação prevista da PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), a logística reversa obriga os fabricantes, distribuidores e vendedores a recolher os equipamentos eletrônicos, depois de usados pelos consumidores.
Por enquanto, a obrigatoriedade da lei não entrou em vigor, mas já existem diversos serviços de coleta desse tipo de material, sem gastos para o consumidor de diversos cantos do Brasil.
Por exemplo, os moradores do estado de São Paulo, contam com a ferramenta virtual “E-lixo Maps”, que mostra os locais de coleta próximo da casa do consumidor. Para isso, basta fornecer o CEP no portal do programa.
Dicas para o uso consciente
O Akatu separou algumas sugestões que ajudam o consumidor a ter uma gestão saudável do lixo eletrônico:
- Prefira empresas que se preocupam com os impactos dos produtos, assim você valoriza as boas práticas e estimula as companhias a manterem essa conduta, incentivando outras a fazerem o mesmo.
- Pense duas vezes antes de trocar: ela é realmente necessária? No caso do computador, às vezes, basta um upgrade. Outra dica é tentar consertar o computador, ao invés de trocá-lo diante do primeiro problema apresentado. Pondere se a troca não será apenas por questões estéticas, ou se de fato um mais moderno atenderá suas reais necessidades.
- Lugar de eletrônico não é no lixo! As grandes operadoras de telefonia, por exemplo, já recolhem o aparelho celular velho em lojas espalhadas pelo País. No caso de computadores e outros eletrônicos, o consumidor deve procurar alguma empresa que faça reciclagem dos equipamentos.
Caso não encontre uma empresa, você pode fazer a reciclagem dos eletrônicos doando a ONGs que trabalham com inclusão digital ou entidades que aceitem doações de equipamentos antigos.