Quanto
mais velha é uma árvore, mais ela captura dióxido de carbono (CO2) na atmosfera para continuar a crescer, revelou um estudo publicado na quarta-feira (15) sobre o impacto das florestas no aquecimento global.
Os
resultados dos trabalhos, publicados na revista científica britânica
"Nature", indicam que em mais de 400 tipos de árvores estudados, são os
espécimes mais velhos e, portanto, os maiores de cada espécie os que
crescem mais rápido e que, consequentemente, absorvem mais CO2.
Esses
cientistas contradizem o postulado segundo o qual as árvores velhas
contribuiriam menos na luta contra o aquecimento global.
"É
como se, para os humanos, o crescimento se acelerasse depois da
adolescência ao invés de se retardar", explicou para a AFP Nathan
Stephenson, um dos autores do trabalho.
As
árvores absorvem da atmosfera o CO2, principal gás causador do efeito
estufa, responsável pelo aquecimento global, e o armazenam em seus
troncos, seus galhos e suas folhas. As florestas desempenham, assim, um
papel de reservatórios de carbono, mas até que ponto elas retardariam o
aquecimento é um assunto em aberto.
"Já
sabemos que as florestas antigas estocam mais carbono do que as
florestas mais jovens", explicou Nathan Stephenson. Mas, prosseguiu o
pesquisador, "as florestas antigas têm árvores de todos os tamanhos e
não está claro quais cresceram mais rápido, capturando assim a maior
quantidade de dióxido de carbono".
Esse
estudo dá uma resposta clara a esta questão: "para reduzir o dióxido de
carbono presente na atmosfera, é melhor ter árvores grandes (e,
portanto, antigas)", resumiu o cientista. "Esse conhecimento vai nos
permitir melhorar nossos modelos para prever como as mudanças climáticas
e as florestas interagem", ressaltou Nathan Stephenson.
Cerca
de quarenta cientistas participaram desse estudo, que analisou os dados
dos últimos 80 anos de 670 mil árvores de 403 espécies diferentes
existentes em todos os continentes.
Fonte: http://www.coripa.org.br