Os meteorologistas ainda precisam vincular formalmente o aquecimento global à ocorrência de tufões como o que devastou as Filipinas, mas eles esperam uma incidência crescente de fenômenos climáticos extremos, devido ao aumento das temperaturas dos oceanos.
O rastro de morte e destruição deixado na passagem do supertufão Haiyan esteve na ordem do dia de uma nova rodada das negociações climáticas das Nações Unidas, iniciada nesta segunda-feira na Polônia, enquanto as autoridades filipinas advertiram que cerca de 10 mil pessoas podem ter morrido nesta que já é considerada uma das piores catástrofes ambientais da História.
O Haiyan – tufão mais potente já registrado a tocar terra – varreu as Filipinas na sexta-feira, dias antes da abertura de 12 dias de negociações climáticas em Varsóvia, em meio a uma série de alertas sobre um aquecimento do clima potencialmente desastroso, com a ocorrência crescente de fenômenos climáticos extremos.
“Existe uma tendência de aquecimento (dos oceanos) e o aumento na intensidade de furacões é parte do risco”, afirmou Herve Le Treut, professor universitário em Paris e climatologista.
Tufões, furacões e ciclones são nomes diferentes dados ao mesmo fenômeno climático potente, de acordo com a região que afeta, mas os meteorologistas usam o termo genérico “ciclone” quando falam de forma abrangente sobre essas supertempestades.
Em setembro, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), atendendo a uma demanda das Nações Unidas para fazer avaliações científicas sobre os riscos das mudanças climáticas, concluiu em um relatório que é “virtualmente correto que a superfície do oceano esquentou entre 1971 e 2010″.
Estima-se que as temperaturas tenham aumentado em cerca de 0,1 grau Celsius por década até 75 metros de profundidade e mais ainda a uma profundidade um pouco maior.
Os meteorologistas acreditam que a superfície dos oceanos também tenha ficado mais quente na primeira metade do século XX, mas ainda se discute se o aumento das temperaturas dos oceanos é causada pelo homem ou por mudanças naturais no planeta.
Para Fabrice Chauvin, cientista do Centro Nacional de Pesquisa Meteorológica francês, não existiam satélites para rastrear ciclones antes dos anos 1970, o que dificultava a realização de estudos detalhados sobre o fenômeno.
No entanto, em 2007, o IPCC alertou ser “provável” que ciclones se tornassem mais intensos e provocassem mais chuvas do que antes.
Os ciclones são formados a partir de simples tempestades com descargas elétricas em algumas épocas do ano, quando a temperatura do mar fica acima dos 26 graus Celsius até uma profundidade de 60 metros e extraem sua energia do calor.
Chauvin explicou que temperaturas mais elevadas na superfície dos oceanos criariam uma fonte maior de energia térmica para os ciclones.
fonte: ambientalbrasil
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