As mudanças climáticas intensificam o clima extremo e os bebês
pinguins estão pagando o preço com suas vidas, advertiram dois estudos
de longo prazo, publicados no final de janeiro/14.
Segundo um dos artigos, publicado no jornal PLOS ONE, chuvas
torrenciais e calor incomum mataram grandes números de indivíduos jovens
de pinguins de Magalhães no extremo da América do Sul.
“Este é o primeiro estudo de longo prazo a mostrar as mudanças
climáticas tendo um grande impacto na sobrevivência de filhotes e no
sucesso reprodutivo”, afirmou o principal autor do estudo, Dee Boersma,
professor de biologia da Universidade de Washington.
Ao longo de 27 anos, uma média de 65% de filhotes morreram anualmente, segundo o estudo.
Cerca de 40% morreram de fome e as mudanças climáticas foram responsabilizadas por matar uma média de 7% de filhotes por ano.
No entanto, as mudanças climáticas mataram 43% e 50% de todos os novos filhotes em dois anos de clima extremo.
As avezinhas eram particularmente suscetíveis aos 9 e aos 23 dias de
idade e grandes demais para ser protegidas pelos pais, mas jovens demais
para desenvolver plumagem à prova d’água.
“Nós vamos ter anos em que quase nenhum filhote vai sobreviver se as
mudanças climáticas causarem tempestades maiores e mais frequentes nas
fases vulneráveis do acasalamento, como preveem os climatologistas”,
afirmou o co-autor Ginger Rebstock.
O estudo foi feito em Punta Tombo, Argentina, na maior área de acasalamento dos pinguins de Magalhães.
O outro estudo publicado na PLOS ONE se concentrou nos pinguins-de-Adélia, na Antártica.
Estes pinguins foram rastreados durante 13 anos para ver como a ruptura de icebergs gigantes impactaria sua sobrevivência.
Em 2001, dois icebergs maciços invadiram a área de alimentação dos pinguins, no Mar de Ross.
Os icebergs interromperam “dramaticamente” o acesso dos pinguins às
suas presas, mas muitos ainda conseguiram criar seus filhotes, contou a
principal pesquisadora, Amelie Lescroel, do Centro Nacional de Pesquisas
Científicas francês.
Contudo, acrescentou, se eventos extremos como este ocorrer com mais
frequência, “ficará muito difícil prever como as populações de pinguins
vão suportar as futuras mudanças no gelo marinho”, concluiu.
(Fonte:
UOL)
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