terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Produtores resgatam adubo verde


Os produtores fizeram uma viagem ao passado e resgataram a prática da utilização de adubos verdes que tem mais de 2 mil anos e foi muito utilizada pelos gregos, chineses e romanos. O resultado é terra fértil e pronta para a produção de alimentos de forma sustentável e sem prejudicar o solo.

A técnica se baseia no plantio de espécies que fixam o nitrogênio, preparando o terreno com nutrientes para outras culturas. Para o pesquisador da Embrapa Agrobiologia, José Guilherme Guerra, a adubação verde tem caráter multifuncional que melhora as condições químicas, físicas e biológicas do solo. "É bem diferente de usar um adubo químico que apenas induz o ganho de produção".

Em 2007, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) iniciou o Programa Bancos Comunitários de Sementes de Adubos Verdes, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). A iniciativa já alcançou 16 estados e o Distrito Federal. Além da participação de pesquisadores da Embrapa,o programa conta ainda com o apoio de 200 profissionais da assistência técnica, extensão rural e órgãos de pesquisa que compõem as Comissões Estaduais da Produção Orgânica nas Unidades da Federação (CPOrgs).

É simples participar, os pesquisadores capacitam os extensionistas que repassam o conhecimento aos agricultores. Eles também acompanham de perto o plantio, uso de adubos verdes, a produção de sementes e a formação dos bancos comunitários. José Guilherme explica que a unidade da Embrapa Agrobiologia, em Seropédica (RJ) atua com unidade propagadora da ideia.

Em 3 anos foram beneficiados 3.400 agricultores em todo o Brasil, distribuídas 48 toneladas de sementes e implantados 300 bancos comunitários de sementes de espécies utilizadas como adubos verdes. A expectativa do Mapa é manter o programa até 2015. Os interessados em participar devem entrar em contato com a coordenação do programa de sua unidade da Federação.

Além do Rio de Janeiro e Minas Gerais, o programa ganha importância no Acre, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Na Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Tocantins os bancos ainda estão sendo consolidados.

Os grupos de agricultores interessados em participar do programa entram em contato com a CPOrg, onde a adesão é avaliada e planejada. A partir de então, começa o curso de capacitação com a distribuição de cartilhas sobre adubação verde das sementes que serão utilizadas no primeiro plantio.

Os agricultores ou entidades representantes assinam um termo com o compromisso de produzir, pelo menos, a mesma quantidade de sementes que receberam para a formação dos bancos familiares ou comunitários. "A ação é fundamental para a agricultura familiar porque viabiliza a técnica, fornece a matéria-prima e proporciona aumento na produção de forma sustentável".

Na fase inicial do programa, os agricultores receberam sementes de Crotalária juncea, feijão guandu e mucuna preta, tipos de leguminosas mais populares, com maior capacidade de adaptação a diferentes condições de solo e clima. A demanda regional possibilitou a inclusão de outras espécies. O programa inclui 12 espécies de adubos verdes e ampliará ainda mais essa diversidade a partir da safra 2010/2011.

(Fonte: Gazeta Digital)

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